Outros mundos possíveis. Blog de opinião e divulgação científica, desde meu microcosmo, a UEPG, às questões de interesse geral, de um ponto de vista interessado no ensino de História, Educação em geral, consciência histórica, cultura política e transformação social.
PRODUÇÃO CIENTÍFICA
quarta-feira, 20 de julho de 2011
Peter Capusotto e seus videos de rock
Minha primeira contribuição para a integração cultural Brasil-Argentina: traduzi a tradução de Peter Capusotto para "Wish you were here", do Pink Floyd!! Sou um grande admirador desse humorista argentino. Agradeço as críticas à minha tradução e dicas para melhorá-la.
domingo, 10 de julho de 2011
Ensino de História nos colégios militares - Portal Sul 21
Repercussão do tema em reportagem do portal.
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O ensino de história nos colégios militares
Preparei o texto que foi publicado aqui como posicionamento da ANPUH sobre esse problema.
Muitos, inclusive a burocracia do MEC, querem fazer crer que se trata de um problema ideológico e de liberdade de expressão. Queria saber a atitude do MEC quando escolas particulares fundamentalistas começarem a dizer que o sol gira em torno da Terra.
Dizer que o golpe de 64 foi uma revolução para salvar a democracia (acabando com ela) contra o comunismo não é só um discurso político retrasado e reacionário, é passar ao largo de toda a pesquisa histórica desenvolvida no país até hoje sobre o assunto. Corresponderia a um livro didático atual de ciências dizer que as doenças são causadas por vapores e miasmas em vez dos microorganismos, ou que a história da humanidade tem cinco mil e poucos anos, apenas, porque os livros religiosos não permitem o reconhecimento das evidências da paleontologia, e que temos que aceitar isso, porque cada um tem a sua versão dos fatos. Pior, esse argumento de quinta categoria faz com que a gente seja obrigado a aceitar neonazistas dizendo que não houve holocausto, afinal cada um tem a sua verdade, não é assim?
Oportunamente, os defensores de 64 viraram apóstolos do relativismo histórico, ou aquela ideia de que verdade é como escova de dentes, cada um com a sua. Um estranho pós-modernismo a favor da ditadura civil-militar: já que as evidências não ajudam mais o discurso da "Revolução", danem-se as evidências.
Muitos, inclusive a burocracia do MEC, querem fazer crer que se trata de um problema ideológico e de liberdade de expressão. Queria saber a atitude do MEC quando escolas particulares fundamentalistas começarem a dizer que o sol gira em torno da Terra.
Dizer que o golpe de 64 foi uma revolução para salvar a democracia (acabando com ela) contra o comunismo não é só um discurso político retrasado e reacionário, é passar ao largo de toda a pesquisa histórica desenvolvida no país até hoje sobre o assunto. Corresponderia a um livro didático atual de ciências dizer que as doenças são causadas por vapores e miasmas em vez dos microorganismos, ou que a história da humanidade tem cinco mil e poucos anos, apenas, porque os livros religiosos não permitem o reconhecimento das evidências da paleontologia, e que temos que aceitar isso, porque cada um tem a sua versão dos fatos. Pior, esse argumento de quinta categoria faz com que a gente seja obrigado a aceitar neonazistas dizendo que não houve holocausto, afinal cada um tem a sua verdade, não é assim?
Oportunamente, os defensores de 64 viraram apóstolos do relativismo histórico, ou aquela ideia de que verdade é como escova de dentes, cada um com a sua. Um estranho pós-modernismo a favor da ditadura civil-militar: já que as evidências não ajudam mais o discurso da "Revolução", danem-se as evidências.
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