É o que eu venho insistindo: para ser professor permanente da pós graduação tem que ter perfil. Tem gente achando que é melhor entrar logo na pós porque vai dar muita aula na graduação com a nova política docente da UEPG. Mesmo antes disso, um nosso amigo, um tal de Jaiminho já pensava assim.
Ora, as exigências da pós são muito claras e específicas, ninguém é obrigado a entrar nela, e antes de entrar tem todo o direito de conhecer o que vai ser exigido. O perfil da pós implica uma produtividade (que não é insana como a da carta do professor de Sergipe que avisa que está morrendo de trabalhar e mesmo assim não para) que seja compatível com a saúde e com a vida pessoal (sem as quais a gente morre e para de produzir). Meu depoimento é que isso é possível. E temos que ficar atentos, quando chegarmos na situação do professor, temos que saber que o principal explorador do nosso trabalho não é a CAPES ou o governo, mas nós mesmos, a imagem que fazemos de nós mesmos. Ele está certo ao citar o Buda, nosso principal carrasco é nossa pensamento, nossa vontade de corresponder a uma imagem que os outros fazem da gente, não ser capaz de desapegar disso tudo. O dia que eu achar que a pós está me prejudicando pessoalmente, peço pra sair, acho que todos nós devemos ter isso no horizonte, trabalho tem que dar prazer, além de dar trabalho. Se ele só dá dor, primeiro eu, depois os outros. É a sabedoria de aeromoça: se faltar oxigênio, primeiro coloque a máscara em você, depois ajude os outros a colocarem. Senão vc desmaia e morre junto com seu acompanhante. Todos temos que desenvolver nossas estratégias e nossas válvulas de controle, aprender a dizer não, não fazer tudo o que nos convidam ou convocam a fazer. E ir ajustando esses controles e seus usos. Quem muito abraça pouco aperta. Para quem está em coordenações, ter claro que é um período de sacrifício pela coletividade, que acaba.
Programa de Pós é Tropa de Elite. É cruel, mas quem não se adapta, "pede pra sair". Não vai ser menos gente, menos professor, menos intelectual por isso. Existem diversos trabalhos que precisam ser feitos no ensino superior, todos dignos, a maioria com possibilidades de financiamento, ainda mais agora com a CAPES financiando formação de professores, graduação, etc.
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