quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Avaliação dos programas de pós-graduação

Os companheiros pesquisadores que nos representam na CAPES talvez nos coloquem um novo dilema.
Ao que parece, as metas colocadas no início do triênio de avaliação, que esclareciam as condições para um programa passar da nota 4 para a 5, serão alteradas. Antes, o item principal era chegar a "Muito bom" em todos os quesitos de avaliação, principalmente corpo discente e produção acadêmica do corpo docente. Pois bem, a notícia que circula é que a nota 5 só será possível aos programas que, além desses requisitos, tiverem também cursos de doutorado já consolidados, quer dizer, com defesas de tese já realizadas.

No futebol o juiz começa a partida e diz: quem fizer mais gols, ganha. Ao longo do jogo ele vai vendo que o time que deveria perder conseguiu empatar o jogo, o e time que era o favorito, por sua vez, tem mais escanteios. Aos 40 minutos do segundo tempo, ele chama os dois capitães e diz: "olha, pessoal, eu andei vendo as coisas, pensei muito, e decidi que o melhor para a avaliação dos programas de futebol do Brasil é que cada escanteio imposto ao time adversário passa a valer meio gol."

No fim da partida, com dois escanteios a mais, o que era um empate vira a vitória do time favorito.

No futebol brasileiro, tão desorganizado, cheio de problemas, autoritarismo, etc., isso seria impossível. Os torcedores invadem o campo, o técnico cai, o presidente da Federação sofre um atentado, o juiz desaparece. E na pós-graduação brasileira? Tudo bem?

Qual é o efeito?
Os grandes são preservados em sua grandeza, e os pequenos que se conformem com sua pequenez. O que quer quer você faça, tudo permanece o mesmo. Se vamos ter quer esperar até termos um doutorado, e até termos uma defesa, porque esganar-se para ter uma produção acadêmica de nível 5? Para que rigor no credenciamento de novos docentes? Isso é desestimulante e dispersivo.

Oxalá essa informação não se confirme...

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