domingo, 11 de janeiro de 2009

SÓ SE VÊ NA GRÔBO!

A Grôbo vive se gabando do papel social que cumpre quando se trata de suas novelas e mini-séries: elas promoveriam debates sobre preconceito, educação, participação política, etc.
Ora, a Globo sempre faz isso tomando posição, obviamente, e multiplicando sua opinião. Que é partidária, no sentido de não ser consensual.
E isso é até compreensível porque a Globo é uma empresa que não tem a obrigação de representar o todo, a nação, e representa só seu interesse. Só que a massa de tontos que infesta o país acaba achando que a vênus platinada é a própria sociedade civil, ou a opinião pública encarnada.
Fosse assim, a foto da montanha de dinheiro que ela arranjou e publicou nas vesperas do primeiro turno da eleição presidencial de 2006 contra a campanha Lula teria colocado no poder o Alckmin.
O teorema é assim:
- O saudoso Brizola afirma que Globo é prejudicial ao desenvolvimento político do país porque manipula a opinião pública.
- A Globo elege o Collor, derruba o Collor, elege o FHC, abandona FHC, bajula o Lula, não ganha dinheiro para salvar seus investimentos em crise, tenta ajudar a derrubar o Lula ...
- A Globo concorda com a gente que interfere sobre a formação de opinião pública nacional nos seus comerciais. Lógico que não fala de política, mas de comportamento. Mas vale para a política, para o opinião sobre as questões educacionais, etc.
C.Q.D.

A concessão pública que permite que a TV exista gera uma força que não traz uma opinião pública, mas uma opinião partidária. A Globo (como a Record, ou o SBT, ou a Band... só que mais intensa e claramente que essas) é um partido político, cujo presidente e é o neocon Ali Khamel, diretor executivo da empresa.

Lembrei disso porque a Globo tomou posição quanto (e tornou hegemônica) à escolarização regular dos portadores de necessidades especiais, com a novela que tinha a Regina Duarte ("eu tenho medo") representando a mãe adotiva de uma menininha portadora de Síndrome de Down.
Trata-se de impor que se aceite a posição através de elementos afetivos usados na novela, não de promover a discussão sobre o tema, como a Vênus pensa que faz.



Mas isso é o que o professor Chomsky chama de "Natureza antidemocrática do capitalismo" (veja o artigo aqui)

2 comentários:

Unknown disse...

Já dizia nosso amigo Izidoro Elias: "Mudou alguma coisa?" Infelizmente boa parte dos brasileiros não tem acesso ao documentário "Brazil, muito além do cidadão Kane". É isso aí Cerri, excelente iniciativa... é uma boa maneira de estimular o pensamento crítico de todos a fim de transformar nossa sociedade.

Paulo Roberto Vieira da Silva
São Gabriel da Cachoeira-AM

L.F.Cerri disse...

Oi, Paulo, bom te ver por aqui! Um abraço!

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