Creio que esse é um problemas de quase todas as universidades públicas no interior do país: o dualismo de sua identidade.
Há uma UEPG Universidade, e uma UEPG repartição pública. Na primeira, as pessoas acreditam que estão em uma instituição de ensino superior que oferece ensino, pesquisa e extensão, com a maior qualidade possível, e projetando sempre mais.
Há uma UEPG repartição pública que está mais preocupada em cumprir os regulamentos em detalhes do que em resolver problemas e solucionar gargalos de desenvolvimento. Para ela, o que interessa são os relatórios administrativos, o respeito à tradição, evitar mudanças a todo custo.
A UEPG repartição é voto cativo para quem está no poder. Cargos comissionados, funções gratificadas, local de exercício da função, são moedas de troca importantes. A chapa que não vence nessa esfera, não chega ou permanece no poder. Desagradá-la é muito perigoso para continuar no poder. Resultado: a UEPG repartição tem, no mais das vezes, mais peso decisório que a UEPG Universidade.
OS OBJETIVOS ACADÊMICOS SÃO SUBMISSOS AOS OBJETIVOS BUROCRÁTICOS. Quando não há escassez de recursos, tudo bem. Quando há, primeiro os meios, depois os fins.
EXEMPLOS? Regime seriado anual ou semestral por créditos? O primeiro, porque é mais simples de administrar e documentar. Embora a maioria dos coordenadores de graduação prefira o regime semestral.
Homologação de candidatura de alunos negros ao vestibular por cotas, antes do vestibular ou logo antes da matrícula? A comissão responsável preferia que fosse antes do vestibular. A UEPG repartição, que continuasse como está. O argumento técnico-administrativo sobrepõe-se ao argumento acadêmico, definindo o campo do possível. E assim por diante.
Até quando os meios vão ser mais decisivos que os fins?
Um comentário:
A burocratização da uepg chega ao rídiculo. Agora no campus existe um intermediário (não me lembro o nome da instância, mas é localizado do lado da caixa do centro de conveniência) entre o estudante a prograd para a retirada de documentos. Sendo que aparentemente os dois setores não se suportam, e como a prograd já é toda fragmentada, dependem da funcionabilidade dos ramais telefônicos com a reitoria para resolver cada um dos pequenos detalhes da retirada de documentos.
E o aluno, não tendo a possibilidade do ramal telefônico, fica correndo entre os dois prédios pra ir ver se consegue resolver alguma coisa.
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